sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Aprendi que...

Em História, não existe Pretérito Mais-que-perfeito do Subjuntivo.
Não existe "Se..."

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Duas mil e onze noites de desculpas


Em nome de Cristo, algumas pessoas encontram a justificativa para tudo... das Cruzadas ao cruzamento!

sábado, 17 de dezembro de 2011

Morte & Vida


Só uma coisa nessa vida é certa: nada está certo...

sábado, 10 de dezembro de 2011

A vocês...

que ingressam na Academia repletos de crenças e tolas descrenças;
que confiam no método e na inquestionabilidade do mestre;
que testam seus limites por meio de notas;
que acham estar provando algo por meio de meras provas;
que competem pelo melhor CR e, assim, pelo reconhecimento do esforço;
que desprezam os padrões e generalizações em detrimento de uma relativização rasa e enganosa;
que discutem com elegância e encaram o óbvio como novidade;
que exibem seus conhecimentos específicos e afunilados tal qual o universo sua infinidade;
que elegem ao bel-prazer ideológico e, em seguida, enforcam seus vilões, canonizam mártires e carregam heróis...

com grande pesar lhes informo que serão historiadores de sucesso.

domingo, 22 de maio de 2011

Sugestões de Leitura II

Elogio da Loucura, Erasmo de Roterdã

"(...) Bem mais desejável é a vida das moscas e dos pássaros, entregues ao acaso e ao instinto da natureza, enquanto o permitirem as armadilhas dos homens. Encerrados em gaiolas e treinados a imitar a voz dos homens, os pássaros estranhamente perdem sua beleza nativa. Tanto isso é verdade que as obras da natureza ultrapassam em muito as desfigurações da arte. Por isso, nunca terei louvado o suficiente a Pitágoras que assumiu a forma de galo em suas metamorfoses. Tendo passado por todos os estados: filósofo, homem, mulher, rei, confidente, peixe, cavalo, rã e creio que até esponja, chegava à conclusão que o homem era o mais funesto de todos os animais, pois todos os outros se contentam em viver nos limites da natureza, enquanto somente o homem se esforça por ultrapassá-los."

Loucura, ela que fala por si própria. Ela, somente ela, o porquê de todos os males.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Em tempos politicamente corretos...

..."Liberdade de expressão" é só uma expressão.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Hibridismo Cultural x Nacionalismo



30/11/2010
Discussão a respeito da questão do fenômeno conhecido como "hibridismo cultural", associando-o ao conceito de "desterritorialização" no mundo globalizado e usando-o como afirmativa da idéia central: "A questão da identidade territorial e do hibridismo cultural - a invenção da nação". Docente: Rogério Haesbaert; Discente: Ana Paula Alvarez.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Sugestões de Leitura I


No Livro Sagrado, encontram-se na narrativa mitológica elementos como estupro, incesto, prostituição, guerras, genocídio, assassinatos, corrupção, idolatria, catástrofes naturais, tirania, dentre muitos outros. Portanto, a Bíblia devia ir para o Index! Vocês não acham que cumpre todos os pré-requisitos para tal?

quarta-feira, 30 de março de 2011

Ciclo profético

"Violência gera violência", Anthony Burgess;
"Gentileza gera gentileza", Profeta Gentileza;
"Gentileza gera violência", Ana Paula, Profetisa Ímpar.

sábado, 26 de março de 2011

Loucas pra casar!


A "mulherzinha" meiga, romântica e sonhadora de hoje é a dona de casa gorda, suada e barraqueira de amanhã.

domingo, 20 de março de 2011

Caro Sr. Presidente,

"A democracia no Brasil é exemplo para os países árabes";
"O Brasil é muito mais lindo do que nos filmes",
Obama disse em seu discurso, realizado no Theatro Municipal
do Rio de Janeiro, hoje. Creio que um itinerário elaborado hipotética e humildemente como o meu abaixo traria uma nova perspectiva ao nosso dono do mundo:

Caro Sr. Presidente, convido-lhe a conhecer nossos políticos,
velhos asquerosos, corruptos, ladrões de um povo ignorante,
manipulável e com valores mediocres, nossos pastores, comerciantes
engravatados de mercadorias falsas e podres, traficantes de almas
condenadas a uma vida de escravidão física e espiritual. Nossos policiais,
abusando do poder que lhes é resignado e comprados por aqueles que
deveriam combater. Nossos bandidos, chefões do morro, chefões de
vidas miseráveis, mandantes dos crimes mais abomináveis, chefões de
uma cidade inteira.
Nossos pivetes, crianças analfabetas e imundas, jogadas
às ruas e importunando os que por elas se sentem amedrontados e enfurecidos. Nossos
marginais, garotos viciados e fortemente armados, explodindo cabeças daqueles que não têm seu direito à defesa permitido por lei. Nossas celebridades, prostitutas
não-assumidas e não-reconhecidas, enrustidas no véu banal de dançarinas,
modelos, cantoras e atrizes. Todas umas vadias mercenárias. Gays deslumbrados,
jogadores drogados e assassinos, sambistas cafetões e bicheiros, apresentadores
milionários e ostensivos.
Nossos professores, infelizes sábios em seus palácios deploráveis
do conhecimento, cercado por seus súditos desinteressados, vendo
a fortuna que mereciam parar nas mãos de deputados e ex-bbbs. Nossas crianças,
corrompidas pelo hipnotizante culto à sexualização precoce, à exibição sem limites,
ao consumo de futilidades alienantes e desprezíveis. Nossos fanáticos religiosos,
escravos de uma fé questionável e isentos de racionalidade.
Convido-lhe a visitar nossas favelas, berços esplendidamente imundos e esquecidos por uma política pública que planeja justamente essa postura como a correta e lucrativa.
Nossos bailes, antros de prostituição, vícios e crimes, onde menores de idade aprendem que funk é, de fato, CUltura.
Nossas escolas, ambientes desgastados e abandonados, lugar de trabalhadores mal pagos, em prol de um progresso exclusivamente econômico e tecnológico.
Nossos condomínios luxuosos, repletos dos que se fecham em uma realidade paralela, saindo dela somente quando desejam mais pó, ou simplesmente correr a mais de 100km/h no meio da noite.
Nossas ruas, todas elas, mas sem interdições, fechamentos e proibição temporária da circulação de pessoas, veículos e atividades comerciais. Nossas ruas caóticas, sujas, cheias dos seus habitantes hipócritas e egoístas, a pé ou a bordo de transportes caindo aos pedaços, abarrotados, calorentos, estressantes.
Convido-lhe, por fim, a conhecer, a verdadeira democracia deturpada de uma zona tropical onde poucos mandam e muitos obedecem. Nossa distopia extraordinária por trás de uma enorme bunda receptiva e calorosa, onde o buraco, na verdade, é mais embaixo...

sexta-feira, 18 de março de 2011

Ecce homo...

Nomadismo, caça, sedentarismo, agricultura, propriedade coletiva, privada.
Pau, pedra, arco, flecha, espada, revólver, bomba... meios distintos para o mesmo fim.
O "progresso" se dá apenas nas esferas econômica e tecnológica.
Já o homem continua tão primitivo em sua selvageria quanto em tempos dos mais imemoriais.

Admirável mundo novo, seus devaneios e delícias...

"A religião é ópio do povo", dizia Marx,
"... e o carnaval também", acrescento eu.

terça-feira, 1 de março de 2011

Enfim...

"Cada um tem de mim exatamente o que provocou".

Parodiando Chaplin, com uma pitada de niilismo.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Obrigada por fumar (...)


Não sou contra o fumo, contanto que longe de mim. Acho que cada um tem o livre-arbítrio, garantido pelas mitologias, ou o livre-alvedrio, pela jurisprudência, de se matar como bem entender.
Mas o fumante deveria ter apenas um local permitido por lei para saciar seu vício corrosivo: seu próprio banheiro. Afinal, é este o espaço que melhor conhece o ser humano. Seus atos mais íntimos, escatológicos, doentios, deprimentes e imundos. Além das roupas, a máscara da civilização é jogada ao chão em detrimento ao que é de fato, natural. E, se o homem é um ser vivo com propenção a vícios dos mais diversos tipos, nada mais natural do que deixar-se consumir por eles na solidão de seus hábitos, sem obrigar os demais a partilharem disso no baile de máscaras da vida cotidiana.


domingo, 27 de fevereiro de 2011

Aula de Etiqueta


"It will no longer need my services, Sir, I will turn off"
=
"Se meus serviços não serão mais precisos, Senhor, vou me desligar"

C3PO, droíde de protocolo do universo fictício de Star Wars,
ensinando boas maneiras pós-coito às mulheres.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

*"Você não pode tirar o direito das pessoas de quererem ser idiotas".
Seria, então, o ofício do professor um ato de desrespeito à liberdade
individual? Sempre fui meio intolerante. Acho que estou no caminho
da profissão certa.

*Simon Phoenix, interpretado por Wesley Snipes, no filme "Demolition Man".
Pare e pense. Este mundo já não é ostensivo o suficiente?
Não é uma pretensão abusiva querer algo além dessa vida?
Vieste da porra e às minhocas da terra de comida servirá.
Não há antes ou depois, apenas o agora num caminhar tortuoso
que a nada leva.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Detesto ser bem atendida

E cheguei à conclusão que dá título a esta escrita há pouquíssimo tempo, de maneira peculiar.
A caminho de casa, meu pai resolveu parar na padaria de esquina, agora recém-inaugurada. Até aí, nada de anormal, visto que é tradição dele passar por todos os estabelecimentos comerciais ao longo do percurso que sempre fazemos.
Entretanto, dessa vez não seria um lugar qualquer ou habital ou aquela já conhecida e simplória padaria. Era um novo mundo, apenas esperando, de portas abertas, para ser explorado (leia-se consumido).
O nome com o qual foi batizado pelos seus descobridores (ou inventores) sugere logo a impressão de requinte, beleza e sonhos (em ambos sentidos), La Dolce Vita.
E, realmente, à primeira vista, para quem não possui um olhar doentio e viciado por erros epifânicos como o meu, a sensação é das mais irresistíveis e arrebatadoras. Tudo "docemente" calculado.
Ao ar livre, uma aconchegante varanda, decorada no estilo rococó, com mesas, cadeiras e um pequeno bar onde faziam-se petiscos e chopps gelados servidos às pessoas de saudável e feliz aparente aspecto ali sentadas. Conversando futilidades (talvez levemente inspiradas pela programação das telas de LCD espalhadas pelo local que exibiam a vida de desconhecidas e desinteressantes "coisas" confinadas numa casa. Mas isso é só um palpite), sujando os lábios com o grosso e espumoso colarinho da loira gelada e degustando calabresas presas ao palitinho, grudadas a cubinhos de queimo amarelo.
Passando pela grande porta de entrada, já tomada pela mistura de aromas existente, a visão panorâmica permitia serem avistadas enormes prateleiras de madeira com infinita variedade de guloseimas coloridas, vistosas e confeitadas, todas ornamentadas de forma a deixar o mero mortal que ali entra hipnotizado, sentindo-se perdido em meio àquela imensidão de cores e sabores, sedento por levar tudo que surge a sua frente não só pela fome, mas pela luxúria da satisfação de se ter o que deseja, precisando ou não.
Aquele singelo espaço de compras básicas, antes habitado por funcionários suados, infelizes, mal-humorados e remunerados, era agora um mar sem fim, da onde surgiam, em segundos, um bando uniformizado, exaltando um coro de preocupação com o bem-estar do forasteiro ao perguntar em bom tom "Já foi atendido? O que deseja? Posso ajudar?", como gênios da lâmpada mágica, dispostos a concederem os três desejos (neste caso, quanto mais desejos, melhor).
Enquanto o olhar satisfeito de meu pai competia com o que parecia ser um sorriso tentando se mostrar por trás daquele espesso e monumental bigode, eu sentia um estranho e incontrolável incômodo de estar ali por notar que havia algo errado. Tudo, aliás.
Aquela padaria estava fora do tempo-espaço. Fora da realidade. Todo o circo de boas intenções, o atendimento querendo inventar e forçar uma intimidade efusiva entre cliente e atendente e os sorrisos de prontidão me irritavam.
Nada ali exalava sinceridade para mim, nada soava como um simples local de vendas, sem mais "firulas". Era um universo perfeito com hora de início e término como a cidade de Seahaven no "Show de Truman". Eu nunca desejei tanto a formalidade dos atos.
E meu mau humor reflexivo aumentava quando via meu nobre (e, paradoxalmente, pobre) pai papeando com o dono, elogiando a obra, trocando dicas de negócios e sentindo-se grato por este oferecer-lhe fatias de de presunto e queijo "fresquinhos" enquanto a fornada de pão assava, como se estivesse lhe oferecendo amor sem esperar por nada em troca.
Circulando pelos corredores com aparente desdém, me deixava intrigada o porquê de ninguém reparar ou sentir o mesmo que eu, algo tão elementar. O "óbvio ululante", diria Nelson Rodrigues.
Qualquer um que ali entrasse não seria bem recepcionado, "tratado a pão-de-ló" e mimado por merecimento, por direito (quase) inato à dignidade. Meu pai era respeitado por ser um consumidor, não por ser humano. Recebia atendimento de qualidade e era conhecido porque era expansivo, fazia compras e tinha como pagar por isso. E quando o faz, é sempre uma compra ostensiva, exagerada, além de suas necessidades.
E é precisamente aqui que nego o que anteriormente afirmei. A padaria não estava fora da realidade. O mundo inteiro está. Ou talvez apenas eu esteja.
Além daquela porta de vidro, com ou sem sorrisos, o tratamento que recebo varia de acordo com o que tenho, não pelo o que sou. Eu sou o que tenho, eu me torno alguém quando tenho o que querem que eu tenha, o que é precisdo ter para ser.
As contas de dinheiro desviado no exterior, a cobertura duplex com vista para o horizonte oceânico, a casa de praia na região dos lagos, o carro importado do modelo mais caro, as cirurgias estéticas deformadoras pelo corpo, a fama pela fama, as amizades "certas", as mulheres mais caras. Pouco, melhor dizendo, nada importa se acho isso essencial, no que acredito e o que tenho a dizer.
Senti-me ofendida, detestei ser bem atendida por poder pagar pelo bom atendimento. Mas não os outros, que desejam esse capricho, que exigem-no, por estarem pagando por ele. Se você não esquecer a carteira, até o momento em que se der conta disso, será grato a quem deixa seu dia ganho por um mísero "Posso ajudar?" ou "Eu te amo", que mais funcionan como um "Bom dia", ou seja, banalizados e sem significado algum quando proferido em vão, do que aquele que vem do fundo da consciência (não do coração. Ele não pensa, ele não sente. Ele apenas bate).
Ali, naquela padaria, você mergulha na hipocrisia dos grandes e vive a utopia de que as pessoas estão pré-dispostas a fazer o bem sem olhar a quem (que rima com: sem olhar o que o outro tem).
Ali, como diz o letreiro, a vida é doce.